Nossos ídolos revelam muito do que reverbera dentro de nós. Valores, atitudes e características admirados e que, de alguma maneira, revelam os pilares que nos movem.

 

Desde que conheci a palavra Ubuntu, venho estudando, lendo, assistindo a diferentes filmes e documentários sobre a história de Nelson Mandela – um dos meus ídolos. Reúno a seguir alguns dos pilares que mais admiro nele e com os quais sigo aprendendo, a partir da inspiração de sua vida:

 

1 – Uma vida guiada por Propósito – Um exemplo de dedicação de um ser humano a uma causa. Claro, não por acaso… Uma história de vida afetada diretamente pelo preconceito, pelo ódio, pela injustiça entre brancos e negros e que, ao longo dos anos, Madiba foi assumindo, se responsabilizando e dedicando todas as suas energias para mudar aquela realidade.

 

Como diz uma famosa citação: “Parece impossível até que seja feito”.

E este é o poder de um ser humano conectado com um propósito! A capacidade de trilhar caminhos novos, jeitos diferentes de se viver e conviver, pois, a força a movê-lo é mais forte do que muitas barreiras.

 

2 – Respeito ao Tempo – O que falar de um homem preso por 27 anos? Tive a honra e o privilégio de passar um dia em Robben Island, em abril de 2018, durante a 2a Conferência Mundial Ubuntu. Lá, tirei a foto deste post. Imagine ficar 19 anos dentro dessa cela?

 

A jornada em direção ao propósito requer outro olhar para o tempo. E Mandela, de maneira forçada, aprendeu muito sobre isso. Uma das passagens que mais me chamou a atenção, em um dos livros sobre sua história, foi o grande exercício que ele fez de cultivar uma horta dentro da prisão. Meses só para conseguir umas poucas sementes. Anos para conseguir, de fato, colher algo. E, de maneira muito Ubuntu, distribuir legumes e vegetais para guardas e prisioneiros.

 

Em um mundo acelerado, cheio de cronogramas e prazos, é verdadeiramente uma arte saber dançar entre tempos definidos “Cronos” e tempos naturais de amadurecimento “Kairós”. Mandela me inspirou e me inspira nisso até hoje.

 

3 – Expressão de Humanidade – Uma das grandes armadilhas ao olhar para um ídolo é projetar nele ou nela tudo de bom que você enxerga no mundo, se esquecendo de estar falando de um ser humano. Em um almoço recente, falei bastante sobre minhas experiências durante a viagem à África do Sul e, claro, sobre o meu ídolo. Em um determinado momento, uma pessoa disse: “Mas o Mandela não foi nenhum Santo, não”. E logo concordei… Aliás, pelo que li e ouvi, o próprio Mandela, no final de sua jornada nesta dimensão, fez questão em declarar não ser “tudo isso” que projetavam.

 

Aproveito este texto para expressar minha eterna gratidão a esse homem que me inspira até hoje em meu caminhar… Quando acho que está difícil e penso em desistir, eu me lembro de Mandela e isso me dá forças para seguir em frente.

 

UBUNTU! Eu sou porque você é. Você é porque nós somos.

 

Eduardo Seidenthal

 

Sou um ser humano em evolução e um EDUcador dedicado a inspirar pessoas na expressão de suas humanidades. Acredito no poder da educação para transformar o planeta e me inspiro na Ética Africana Ubuntu e no EUpreendedorismo. Atuo em três grandes frentes: Educação para os Negócios”, “Educação para a Comunidade” e “Comunicação”.